domingo, 18 de setembro de 2011

EM BUSCA DE UMA EDUCAÇÃO MELHOR (EDUCAÇÃO DO CAMPO)

Desde a década de 1920 a educação do campo começou a fazer parte da problemática educacional. Mesmo depois da expansão das escolas a educação encontrava-se precária, sem garantira escolaridade mínima fundamental aos homens do campo. A educação do campo não surgiu do vazio e nem de iniciativas do poder público, a mesma surge de um movimento social dos trabalhadores do campo mobilizados por uma luta social.
O trabalho no campo desenvolve-se e abrange um conjunto de atividades num espaço amplo e diversificado, constituindo assim um espaço de trabalho, de vida, de relações sociais e de cultura, mas também é um espaço de grande exploração de trabalhadores. Os avanços da exploração capitalista e o processo de modernização da agricultura fortalecem as unidades de produção, e assim são impostas novas condições para lucratividade, a pequena produção se torna subordinada ao capital, aos complexos agroindustriais e as cooperativas capitalistas.
A modernização transforma o latifúndio em uma empresa capitalista, acentuando uma grande concentração de propriedades, isso acaba gerando muita desigualdade social, destruição da agricultura familiar, devastação e degradação dos empregos rurais, alem de destruírem o meio ambiente a miséria se torna uma epidemia.
Se compararmos a população do campo com a cidade, percebemos que as diferenças são razoáveis, pois a população do campo esta convivendo com a mesma realidade encontrada nas cidades, o desemprego, a precarização, trabalho intensificado e informal e descaso por parte do poder público.
Em oposição ao processo de capitalização, os movimentos e a população do campo cansado de serem vitimas do processo de exclusão, não reivindicam apenas terra, exigem trabalho e escolas para seus filhos. Segundo Martim (apud VENDRAMINI, 2007) querem a reformulação das relações sociais e a ampliação dos direitos sociais.
Nas palavras de Canário (apud VENDRAMINI, 2007) assevera-se que pensar a escola é refletir, em primeiro lugar, sobre o espaço em que se situa, suas necessidades e fragilidades, mas também suas potencialidades. A escola precisa estar em sintonia com as mudanças que acontecem no local com as novas necessidades criadas e recriadas e com as expectativas de formação que vão se constituindo de acordo com o modo de vida e de trabalho, que também estão sem transformação.
A educação do campo associada a um movimento social, se articula e cria condições para a vida no campo. A sustentação da defesa de uma educação é o reconhecimento de uma realidade de trabalhadores que continuam resistindo para produzir sua vida no campo.
Para pensarmos em um projeto de educação do campo, devemos verificar sua sustentabilidade em termos econômicos, sociais e culturais, reconhecer que a realidade precisa ser alterada em vista a crescente pobreza, o desemprego, as desigualdades e as dificuldades de acesso público.
A escola deve estar em sintonia com as mudanças ocorridas nos locais, com as necessidades que vão surgindo e com as formações que se constituem de acordo com o modo de vida e trabalho, os mesmos constantemente em transformação.
Portanto os movimentos sociais do campo não exigem apenas uma Reforma Agrária, mas também por uma educação   de qualidade e escolarização para uma população historicamente esquecida por parte do poder público e pela sociedade. O movimento propõe desenvolver ações políticas que alem de educativas direcionam a formação para o aspecto técnico e escolar, e principalmente político, fazendo assim essa luta cada vez mais forte.

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